Site Autárquico Serpa

Território

Serpa situa-se no Baixo Alentejo, no distrito de Beja, na margem esquerda do rio Guadiana, ocupando uma área de 1 106,5 quilómetros quadrados, distribuída por cinco freguesias (Brinches, Pias, Serpa, Vila Nova de S. Bento e Vale de Vargo e Vila Verde de Ficalho).Dista da sede de distrito cerca de 30 quilómetros, servindo de fronteira à sua região o rio Guadiana, a oeste, o rio Chança, a este, e os concelhos de Moura, a norte, e de Mértola, a sul.

Enquanto unidade administrativa, o concelho remonta ao século XIII, não se encontrando nos seus limites correspondência com nenhuma unidade social, política, económica, cultural, jurídica de períodos anteriores. Por isso, o quadro estruturante de populações anteriores à constituição do concelho, qualquer que seja o parâmetro tomado como referência, não se compreende na rigidez desses limites.Fora de qualquer contexto jurídico ou administrativo, a análise das estruturas de povoamento, limitada a este espaço, tem que ser feita numa multiplicidade de fatores em que a geomorfologia e os recursos assumem papel fundamental.Situado no interior do Alentejo, o concelho de Serpa enquadra a vasta superfície de terras aplanadas, elemento característico do relevo de Portugal Meridional (FEIO, 1987, 11).

Os solos característicos são, globalmente, profundos, derivados de rochas eruptivas básicas, do complexo gabro-diorítico da região de Beja, ricos em fósforo, contendo elevadas proporções de argila – os barros – e, por isso, de elevada produtividade. Analisando de forma mais pormenorizada podemos, contudo, individualizar no concelho três espaços geomorfológicos distintos.O primeiro, correspondendo às terras de barros, envolve a cidade e o seu termo imediato; o segundo, compreendendo os relevos ondulados, de solos magros, xistosos, da chamada Serra de Serpa, situada a sul do concelho entre o rio Guadiana e o rio Chança; e o terceiro definido pelo relevo residual formado por três cristas paralelas de calcário metamórfico, com orientação hiercínica NNW-SSE, que se estendem desde a fronteira, atingindo a altitude máxima de 518 metros na Serra de Ficalho.O rio Guadiana apresenta-se como a linha de água mais importante do concelho. Todavia, o seu leito encaixado profundamente na paisagem, cerca de 100 metros abaixo do nível médio do relevo, cria nas suas margens cabeços escarpados e de difícil acesso. A sua localização na extremidade oeste do concelho faz com que o seu papel de linha de água estruturante se esbata face ao dos seus principais afluentes que, de par com a ribeira do Enxoé, sulcam boa parte destas terras. Porém, enquanto via de circulação de produtos, o rio teve um papel fundamental na estruturação do povoamento proto-histórico.

No que concerne aos recursos naturais, embora sendo a agricultura e setores complementares a principal atividade, parece ser certo que as populações aqui existentes na antiguidade direta ou indiretamente acederam aos minérios da região.Não se reconhecendo nesta área jazidas de importância similar àquelas que um pouco mais a sul se localizam, podem, contudo, distinguir-se na margem esquerda do Guadiana três regiões mineiras.A primeira, abrangendo as serras de Ficalho, Adiça e Preguiça, integra minas de ferro, cobre, zinco e galenas argentíferas; a segunda, na região de Barrancos, compreende minas de cobre; a terceira, situada entre Mértola e o rio Chança, enquadra minas de chumbo, cobre e manganês. Até a uma época recente laborou-se nas minas de ferro da Orada, as quais poderão ter sido exploradas também na antiguidade.

 

 

Mapa do concelho